Monday, November 3, 2014

INSPIRATION: THE OPPOS-IT GIRLS VERSUS THE IT-GIRLS


Selena Gomez


Certamente, já todos ouviram falar das it-girls que se pode traduzir, livremente, por as raparigas do momento. Selena Gomez, Blake Lively, Alexa Chung, Olivia Palermo e Chloë Sevigny são exemplos universais. Na sua maioria muito jovens, frequentam o mundo das celebridades, na maioria fazem toda a sua carreira online, muitas delas como bloggers ou vindas do entretenimento como apresentadoras de televisão e são perseguidas avidamente por fotógrafos de street style e até paparazzis. As redes socais são o seu campus de trabalho, publicando dezenas de posts por dia na facebook, twitter, Tumblr, Instagram  afim de matarem a curiosidade dos seus sempre famintos fãs que copiam à exaustão os seus looks, make-up, cabelo e até sorriso.

 

Alexa Chung


As it-girls têm como objetivo na vida vender tudo o que as marcas patrocionadoras lhe põem em cima, seja um baton ou uma mala, um vestido ou uma cor de cabelo. As mais espertas ou as melhor relacionadas chegam a lançar as suas próprias linhas de produtos sejam sapatos, maquilhagem e produtos de beleza ou perfumes. São uma espécie de montra viva o que faz delas umas fashion victims com curto prazo de validade e rapidamente ultrapassadas por uma fresh face que trás com ela a novidade que mais não é que o velho reciclado. Duram uns meses a uns anos, consoante o seu talento para venderam um lifestyle inacessível à maioria das jovens da sua idade e que se baseia em viagens, festas, convites para a front row dos desfiles e a saltitar de festa privada em festa privada, quanto  mais exclusivas melhor.


 

Chiara Ferragni


Apesar de serem seguidas por milhares (ou milhões) de pessoas, a sua fama é tão volátil quanto uma tendência que dura no máximo duas ou três estações. A explicação é simples: a fama não é precedida de nenhum talento especial, basta estar na hora certa e no sítio certo e tão simples quanto serem apanhadas numa pose cool pelo it-fotógrafo de street style do momento. Mas, se a imagem se desgasta muito rapidamente, é certo que a popularidade mede-se justamente pela quantidade de posts em blogs e sites em que aparecem e pela quantidade de visitantes/seguidores/comentários que conseguem. É, pois, tudo uma questão de quantidade traduzido em milhões de lucro para as griffes que alimentam as it-girls com os mais desejáveis artigos do momento e que depois são copiados em versão low cost pela fast fashion.

 

Carine Roitfeld


No espectro oposto das it-girls ou fashion victims estão as "Oppos-It Girls"  ou fashion heroines. Só agora, em 2014, L'Officiel arranjou um nome para estas mulheres que ao contrário das it-girls têm a duração da intemporalidade. Mas, desde 2009 que existe um blog para lhe prestar homenagem: O FASHION HEROINES.

As Oppo-it Girls são as legitimas herdeiras de Grace Kelly, Audrey Hepburn, Elisabeth Taylor ou Edie Sedgwick... São possuidoras únicas e intransmissiveis de um allure inexplicável, esse "je ne sais quois" indefinível que encontramos em doses consideráveis, por exemplo, nas mulheres francesas. Basta olharmos com atenção para Charlotte Gainsbourg, Ines de la Fressange, Léa Seydoux, Lou Doillon, Adele Exarchopoulos para entendermos que aquilo que as define não é uma griffe ou um artigo da moda, elas ditam o seu próprio estilo e são donas do seu próprio nariz.


 

Caroline de Maigret

Para além do estilo, elas têm um verdadeiro talento que resiste ao tempo e às modas, sejam como atrizes, modelos ou pop stars. Ninguém discute o talento como actriz de Audrey Tautou ou a qualidade como editora de moda de Carine Roitfeld... só para citar dois exemplos de fashion Heroines ou na linguagem L'Officiel das Oppo-it Girls.



Ines de la Fressange

 

Charlotte Gainsbourg


Po outro lado, alguém conhece o talento especial de Thássia Naves, a blogger brasileira que se senta na primeira fila das semanas da moda de S. Paulo? Para além de ser gira e vestir roupas cool? E da blogger italiana Chiara Ferragni do Blonde Salad, em que área do saber ou da cultura de entertenimento ela se destaca? Porém é a menina bonita da moda e não existe desfile ou festa privadissima em que ela não seja multi-fotografada com os seus looks irrepreensíveis que há muito deixaram de ser de sua autoria, para serem estilizados ao pormenor por stylists das grandes marcas de moda. O que é que as une? O talento único para venderem tudo o que colocam em cima... afinal, também para isso é preciso ter inegável jeito e uma dose extra de auto-estima. Estar sob os holofones 24 horas por dia, 7 dias por semana e fazer dos smartphones e tablets o terceiro olho, não é certamente tarefa fácil. Espero que estas jovens quando de facto se tornarem adultas e sairem da ribalta, inevitavelmente, trocadas por uma mais jovem fresh face, tenham o devido acompanhamento psicológico, se não tiverem tido a inteligência de criarem uma verdadeira alternativa de vida após a queda do barrento pódio da fama.


Já alguém leu ou teve noticias da ascensão e queda de uma it-girl? Vá lá a  Lindsay Lohan não conta. Essa é uma história que está certamente por contar e não me parece que tenha um final feliz. Por aqui , no blog das Fashion Heroines, continuamos na vã tentativa de desvender esse "je ne sais quois" inemitável. Não, não é a roupa, nem esse estilo despreocupado (pelo menos aparentemente) de quem sai da cama diretamente para a rua, mas, dorme de baton vermelho que nunca sai do sítio, aliás, até parece que já nasceram com ele. Será o estilo intemporal inato ou o bom gosto refina-se e adquire-se com a experiência? Isso já é assunto para um próximo post.

  

        

      

1 comment:

  1. Oh sim.... Ines de la Fressange rules!!!!! É mesmo assim. (se bem que acho que a Alexa Chung talvez passe a Oppos-it girl...)

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