Muitas vezes sou confrontada com a critica de estimular o consumismo desenfreado com as declarações de amor a determinados objetos de desejo, coisa que cai mesmo muito mal, sobretudo, nesta época de crise em que muita gente luta por ter comida na mesa e pagar a renda. Esta incompreensão pelos meus #musthave deve-se ao facto de as pessoas confundirem muitas vezes "shopping" com "buying", ou seja, "Ir às compras" com "comprar efetivamente". Sou uma pessoa que gosta de ir às compras e posso mesmo afirmar que a prática de "shopping" é mesmo o meu desporto favorito, mas, em cada vinte vezes que vou ao shopping, talvez, efetue uma vez a compra na caixa registadora. Claro que admito que achem esquisito porque é que há gente como eu que se entretem a ir às lojas ver, experimentar e voltar lá vezes sem conta para de novo ver as novidades e experimentar os alvos da paixão mais recente, seja um casaco, um par de jeans ou SAPATOS. Devo confessar que por vezes experimento o mesmo par de sapatos todo o tempo que dura uma estação em modo repeat na loja, fotografo o meus pés e publico as imagens dos ditos cujos aqui no blog e nos sites sociais. De tantas vezes "namorar" com esses sapatos e estabelecer entre eles e os meus pézinhos uma verdadeira relação de intimidade, posso afirmar que acabo por me apropriar deles sem nunca os chegar a comprar (quanto muito, mais tarde, corro para a prateleira dos saldos na esperança de...).
Por isso parem as vozinhas gri-gri-gri das consciências anti-consumistas que é bem provável que eu compre muito menos que vocês, apesar, de praticar shopping várias vezes por semana e tratar por tu as empregadas mais antigas da Zara mais próxima! Não espero que me compreendam se conheço as coleções a fundo, desde as marcas high às fast fashion, e sem dúvida muito melhor que a maioria das empregadas das lojas. E que lá por publicar um post com uma declaração de amor a um par de sapatos ou a um casaco cujo preço dava para alimentar uma familia vários meses, não quer dizer que o comprasse mesmo que tivesse dinheiro para tal. Quando vamos a uma galeria de arte e admiramos um quadro não quer com isso dizer que o vamos trazer para casa, não é? Pois para mim uns sapatos Prada, um casaco de pêlo Louis Vuitton ou Hermés ou um vestido Lanvin são objetos de desejo como o são uma pintura de Picasso com a diferença que não posso experimentar o quadro nas paredes lá de casa como posso experimentar as minhas paixões vestiveis. E só quem não ama as coisas belas e o qeu elas fazem pela nossa auto-estima é que pode dar-se ao luxo de criticar! Ás vezes até as versões low cost dos meus #musthave são para mim um luxo, mas, só o facto de saber que existem e que me ficam a matar chega para me fazer feliz. Era isto que vos queria dizer.
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