Thursday, May 23, 2013

THE NEW SURREALIST MOVEMENT FOUNDED BY THE PORTUGUESE


Não sei se sou eu que estou a ficar louca, ou o mundo anda mesmo surreal. Já nem é uma questão de meteorologia, ou seja, de nevar em finais de Maio num país que se diz de temperado clima mediterrânico. Nem posso afirmar que é antes uma questão de renovada crença nos poderes mágicos da Senhora Fátima que pelos vistos ainda faz aparições privadas à Primeira-Dama portuguesa. Poderíamos ser levados a pensar que o mundo está louco porque a malta está sem cheta para curtir a vida de jeito e sem curtição a malta apanha pifos e fica marada dos cornos para esquecer as contas por pagar… até podia ser. Mas, não é. O mundo anda inexplicavelmente estranho e não há volta a dar.

Até podia pensar-se que o mundo como é feito maioritariamente pelas pessoas estas poderiam estar a sofrer de alguma espécie de enfermidade crónica resultante de uma qualquer mutação genética provocada pelo meio-ambiente que está nitidamente a decrescer em quarto-ambiente e sucessivos minguantes. Até podia ser efeitos da austeridade receitada em doses tão letais que já estamos todos mortos e o mundo transformou-se num cenário cubista dos’The Walking Dead’, mas, sem o «pão» do polícia!
 
 

Se ao menos o mundo ficasse esquisito só daqui as uns anitos, sempre podíamos argumentar que tudo se ficou a dever à aprovação da lei que permite uma criança ter dois pais e nenhuma mãe ou vice-versa. Isto apesar de não se encontrar nenhum estudo sobre as crianças que vivem nos haréns e que têm dezenas de mães e um pai ausente e sempre cansado de tanto dar ao badalo pelas sua eternas virgens sutra!!! Por outro lado, ao que consta o Passos Coelho e o Gaspar tiveram uma mãe e um pai perfeitamente regulares, ao que se sabe não foram sequer adotados e vejam só os traumas que eles carregam!!!! Decididamente não é por isso que o mundo anda histérico-neurasténico, ou dito em linguagem corrente, com uma ganda neura.



A culpa até podia ser atribuída ao gene BRCA1 responsável pela morte mamária da Angelina Jolie o que nos levaria a pensar n’ As Mamas de Tirésias (1917), a peça teatral de Apollinaire considerada uma percursora do movimento surrealista.



...Ou, antes, aquele ataque histérico em Lower East Side, New York que depois alastraria ao mundo como a revolta das mulheres renascentistas contra o corpo surreal tipo bombom da Beyoncé, num biquíni H&M, em roll up nas paragens de autocarro. O que as revoltosas reclamam zangadas é que não têm que levar todas as manhãs com a surrealidade das Beyoncés desta vida enquanto esperam pelo autocarro. É que ninguém avisou essas mulheres que Ticiano já era, o Renascentismo morreu e Beyoncé é a nova Maria Madalena em versão “Magritta”.  

 


 

  Que o mundo anda surreal ninguém dúvida, mas, certamente não se deve ao tio Venner que recentemente decidiu pôr termo à vida com um tiro na boca, dentro da Catedral de Notre-Dame, em Paris, como forma de protesto contra o casamento gay. Por suposto as pessoas são livres de protestarem como quiserem e pelos mais diferentes motivos, foi para isso que se deu a Tomada da Bastilha, ou não foi? Claro que sem revolução francesa não existia hoje facebook e as redes sociais ficariam presas nos jogos palacianos de uma Corte desbragada, corrupta e gastadora. Se avaliarmos que a Corte continua exatamente igual à pré-revolução, só mudou mesmo de nome e que a Maria Cavaco Silva substitui a Marie Antoinette (sobretudo se pensarmos na Marie Antoinette versão Sofia Coppola) ficamos com a exata noção do que é o grotesco para os surrealistas.

 Depois há aquele recente estudo da Agência das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) que defende que a sustentabilidade da Humanidade pode passar por comer… insetos!!!  Pois que os insetos são uma fonte de alimentação ecologicamente mais eficiente do que as vacas, os frangos e os porcos e constituem uma enorme reserva por explorar. Vai uma centopeia rica em ómega 3? Ah, e ainda que os grilos são muito mais eficientes que a vaca porque para fabricarem a mesma proteína comem 24 x menos e produzem por isso muito menos gases com efeito de estufa, como o metano. Vai um bitoque de grilo? E que tal um caviar de ovas de mosquito? Qual Dadaísmo qual quê!!!

O mundo está todo de pernas para o ar e o país segue a moda cegamente com a cabeça bem enterrada na areia num contributo inestimável ao novo movimento surrealista onde o caos é a nova ordem, a loucura é a nova sanidade assim como roubar a muitos é poupar e a incompetência é a nova determinação e por aí adiante numa clara e surreal subversão da ordem instituída.

Estava tudo muito bem se não fossemos obrigados a viver todos dentro do absurdo como se de um quadro de Dali se tratasse, onde a lógica é derretida pelo deserto do falhanço que é a nova coragem politica – falhar, falhar de novo, falhar pior e eis-nos numa peça de  Samuel Beckett reescrita a la portuguesa, pelos arlequins Coelhão, Gasparzinho e Portolas  que já é um clássico do novo movimento surrealista (qual Carnaval do Miró qual quê!).
 
 

No fundo, no fundo os novos surrealistas que devem as suas origens aos membros do governo português, são uns românticos em busca de uma nova supra-realidade sem velhos, funcionários públicos, professores, jovens imberbes e demais incómodos que atentam contra a promessa de uma radical transformação social, se possível, sem pessoas. Coisa que nem os Surrealistas originais sequer alguma vez sonharam.   

 

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