Thursday, May 30, 2013

INSPIRATION: THINGS THAT I'M THINKING ABOUT RIGHT NOW...

Marco Glaviano
 


1.       NOSTALGIA: É quando o ato de relembrar um facto nos dá mais prazer que o facto em si, evocando emoções ao mesmo tempo calorosas e imprecisas, mas, também dolorosas no melhor dos sentidos. Decididamente, não sou uma pessoa nostálgica e não acho que dantes é que era ou sequer tenho uma visão romântica da paisagem que vai da minha infância aos 18 anos.

2.       PAPAS: Gosto de papa Cerélac como gostava quando era criança, com a diferença de que agora tenho plena consciência que engorda, pelo que era muito mais feliz na minha ignorância sobre a existência de massa gorda e que o prazer que os hidratos de carbono provocam é diretamente proporcional ao aumento da mesma. Se isso é ser nostálgica não sei, mas, hoje como ontem continuo a comer Cérelac e Nestum, e ao mesmo tempo tento evitar os obstáculos para a felicidade pessoal a que chamam balanças e que mais não são que consequências do poder gravitacional.

3.       RELATIVIDADE: Como é tudo relativo porque é que o nosso peso na Terra é mais considerado que o nosso peso na Lua? E depois, há sempre essa diferença abissal entre o peso real e o peso psicológico, ou seja, o nosso corpo visto pelos outros e o nosso corpo visto por nós que não é bem a mesma coisa. Ou nunca ouviram alguém exclamar nos provadores das lojas “ Meu Deus como este espelho engorda as pessoas, não!!!” E ainda há aquelas teorias fantásticas de que a televisão engorda as pessoas 20 kg, não sei que raio de lanches é que servem nos intervalos dos programas?!

4.       VELHICE: Mas, voltando ao assunto da nostalgia, há também aquele género de pessoas que sofrem de uma espécie rara de nostalgia: a nostalgia do futuro, espécime da mesma família das saudades do futuro da letra dos Trovante. Essas pessoas acham que a velhice é um tempo bestial de sabedoria e calma, repleto de momentos zen onde todas as chatices associadas à imaturidade se eclipsam e sobressaí uma beleza intemporal em cada sulco cavado na face ossuda. Claro que as pessoas que assim pensam não têm mais de 30 anos e desconhecem em absoluto o que é envelhecer e as maleitas associadas à intemporal  beleza de fazer chichi fora do penico.

5.       MEIO: Há dias que se esquecem de ser inteiros- como hoje em que estou meio cansada e os outros parecem meio doidos e as coisas meio sem sentido e os sorrisos comem-se pelas metades a chupar o sumo numa meia dose de infantilidade.
 
6.       EU: Só preciso de sol, praia e um ótimo livro para ser feliz... e muito feliz se o dia acabar em tons avermelhados e rosa, numa esplanada com boa companhia, a ensopar o pão num prato de ameijoas à Bulhão Pato e um número indiscriminado de imperiais.  
 
7.       MANIFESTO: Somos contra tudo o que não nos faz feliz, nem contribui para a felicidade de terceiros. Somos contra a objetividade das certezas absolutas. Somos contra a ideia de que fomos feitos para trabalhar e consumir, consumir, consumir para depois termos que trabalhar mais e mais ainda para consumir mais qualquer coisa. Somos contra aqueles que são contra só porque não e a favor só porque sim. Somos contra a falta de quorum dos sorrisos. Somos contra a crise que nos faz crer que sofrer é um mal necessário e que deitar, virar, mergulhar, deitar e tornar a virar e depois ir comer caracóis e tremoços com imperiais é viver acima das nossas possibilidades. Somos contra aqueles que nos fazem sentir miseráveis mesmo que sejamos pobres. E para já não somos contra mais nada.    
 
 

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