Tuesday, January 8, 2013

INSPIRATION: RULES TO BE BEAUTIFUL


São inúmeras as noticias que proliferam nos media de que a população ocidental está a engordar a olhos vistos e que nos países da Europa Ocidental, mesmo aqueles que tradicionalmente têm a chamada dieta mediterrânea, metade da população tem excesso de peso. Por outro lado, é opinião geral e enraizada que a moda desde os finais dos anos 90 do século passado, tem sido um dos maiores veiculos de padrões de beleza assentes numa estrutura esguia e excessivamente magra, a cair para o aspecto andrógino ou boyish. O que não faltam são, pois, vozes provenientes das mais diversas fontes, a culpar a indústria da moda por problemas de anorexia e demais disturbios alimentares que assolam raparigas (e rapazes) adolescentes e até menos jovens que procuram imitar os modelos que aparecem em anúncios e editoriais. O que elas ( e eles) desconhecem é que os modelos vêm o seu corpo manipulado por tecnicas de pós-produção como o photoshop, sendo o resultado final uma espécie de cartoon da realidade. Não quero com isto dizer que a anorexia não seja um problema gravissimo, tal como a obesidade mórbida de que já padecem demasiadas crianças. Contudo, culpar a moda pela existência de disturbios alimentares é como culpar o facebook e as sms pelo aumento das taxas de divórcio, a coisa não é assim tão simples. O modelo de sociedade em que vivemos elegeu a imagem como os povos medievais elegeram a religião, respectivo Deus e Santos, para colocarem nos seus altares e idolatrarem, através de fanatismos que muito pouco tem a ver com o que a Fé deve ser. A imagem assola-nos desde que acordamos e em tudo o que fazemos, a sua importância nunca foi tão grande em toda a história da humanidade. Por isso não é de estranhar que as pessoas vivam assoladas pela sua imagem, não num exercício de puro egocentrismo, como antes, mas, pelo receio de serem rejeitadas quer social quer profissionalmente tal a importância que a aparência tomou nos nossos dias.




Os problemas psicológicos associados à importância do aspecto físico que é sublinhado em todos os campos e para onde quer que a nossa vida nos leve, são inúmeros e impedem demais as pessoas de se libertarem e serem felizes, realizadas e auto-confiantes. Hoje, sobretudo as mulheres e cada vez mais jovens, passam a vida entre dietas que não resultam e a culpabilizarem-se cada vez que comem algo que contenha mais de 50 calorias/100 gr, reduzindo a sua vida a uma tabela de excel de consumo calórico. este comportamento leva a privações e deslizes com a correlativa dose de culpa, e depois, mais privações e consequentemente cada vez mais deslizes altamente calóricos e vazios de nutrientes, até estes se tornarem cada mais frequentes por excesso de privação auto-imposta. Não estou aqui a defender que a gordura é formosura nem nada que se pareça, mas, estou antes a alertar para o perigo das chamadas dietas yo-yo que provocam indices de massa gorda verdadeiramente alarmantes e para estilos de vida que nada têm de saudável em nome de um ideal de beleza falso criado na cabeça das pessoas por má informação, publicidade enganosa e estereotipos que muito pouco têm a ver com a moda, embora possam ser por ela aproveitados para vender mais como acontece em qualquer indústria cujo fim é o lucro. Cabe às pessoas estarem bem informadas e serem conscientes do que aquilo que vêm em sites, revistas e desfiles de moda são produções que envolvem recursos impensáveis e milhões de euros/dólares que deixariam o PIB português envergonhado, onde estão envolvidos os melhores profissionais do planeta capazes de encenar uma realidade que está tão longe do real como as pinturas surrealistas de Dali.




Sou da opinião que a primeira coisa que uma mulher deve aprender mal chega á puberdade é qual é o seu tipo de corpo, as suas caracteristicas genéticas e aquilo que não pode mudar mesmo por estar inscrito no seu código genético ou lá o que seja. Devia haver uma disciplina cientifica na escola só sobre isso, ensinar as raparigas (e rapazes também) a olhar para o seu corpo e a definir a sua tipologia e a tirar o melhor partido da sua imagem a partir desse conhecimento. Uma mulher que seja tipo maçã ou pêra jamais poderá querer ser tipo tubular mesmo que morra à fome. Uma pessoa geneticamente gordinha muito dificilmente permanecerá magra e esguia a não ser a custo de permanentes restrições calóricas e a horas de treino intensivo diário que terá que aumentar cada vez mais com a idade, o que é impensável a não ser que seja uma atleta de alta competição. Eu frequento o ginásio 3 a 4 vezes por semana, a horas e dias diferentes, e quando vou encontro sempre, quero dizer todos os dias a qualquer hora, as mesmas pessoas, pelo que me pergunto se aquilo não é já um vício grave muito para além dos benefícios para a saúde, e que vida própria para além do ginásio terão aquelas pessoas? Outro dia ouvi dizer uma jovem mulher numa aula de body pump que se tinha sentido muito mal disposta no Natal porque já estava completamente desabituada de comer doces e alimentos com gordura!!! Mas, uma vida sem um doce, chocolate ou fatia de queijo da serra de vez em quando não é uma triste vida? Que bem trás para a saúde e para a felicidade humana este tipo de fundamentalismos e obcessão com o próprio corpo? Pode-se ser saudável sem se ser feliz? Pode-se ser feliz ao eliminarmos tudo o que sabe bem das nossas vidas só porque potencialmente engorda?





Felizmente, já se começa a questionar este tipo de dogmas acerca da beleza. Nós não podemos ser a fruta que queremos por mais dietas e exercicios que façamos. Nascida ampulheta ou pera ou maçã isso é para sempre. Ancas avantajadas, seios maiores que tangerinas e coxas mais arredondadas são curvas inegáveis que as mulheres tipo auto-estrada nunca poderão ter por mais operações plásticas que façam. Por outro lado, as mulheres tipo estradas nacionais antigas desejam ser vias rápidas e ninguém se entende nem está satisfeito com o que tem e esse é o grande mal causador de infelicidade, mais até que a falta de dinheiro.

A moda tem as suas contradições como tudo na vida. Enquanto se idolatram modelos rectas sem vestigios de curvas, inventam-se tendências como o peplum para lhes dar mais uns centimetros de ancas, calças com almofadinhas atrás para subir e aumentar o traseiro, e os já velhos wonderbras mais não fizeram que tornar acessível às menos sortudas um perfil tipo supermodelo dos anos 90.





Então porque não enfatizar o que a natureza tão generosamente providenciou? Porque as mulheres mais providas de curvas querem tanto emagrecer ( a não ser que estejam realmente obesas mas isso só um nutricionista pode dizer com as devidas medições de massa corporal e que muitas vezes não salta à vista) e são viciadas em dietas malucas que essas sim lhe destroem o voluptuoso corpo e a auto-estima? E porque querem as mulheres magrinhas usar peplum e saias ajustadas nos sítios certos que lhe delineam uma falsa figura de ampulheta? Está tudo doido e a moda só transmite e codifica aquilo que a sociedade num dado momento é.





Para aquelas mulheres que ainda andam um bocado baralhadas com o que devem ou não usar de acordo com o seu tipo de corpo podem dar uma olhada AQUI ... inspirarem-se e tirarem ideias. Mas, sobretudo, terem a noção de uma vez por todas que as tendências são micro-mitos que só duram no máximo 6 meses, que há que destronar os dogmas do que vestir ou não vestir e, principalmente, que as sugestões de moda para cada tipologia corporal são meros conselhos e não sentenças de vida ou penas perpétuas.

Este é o tempo ideal para misturar e abanar um pouco as coisas, quebrar velhos hábitos, derrubar ideias feitas sobre o que fica ou não fica bem, usar aquela cor que sempre nos disseram que não condiz com a nossa tez, experimentar algo que nunca nos atrevemos e surpreendermo-nos a nós próprios. A moda está mais fluída que nunca pelo que devemos aproveitar para fugir de estereotipos, investir num estilo só nosso que nos assente bem não só fisica mas psicologicamente, valorizarmo-nos e sobretudo reforçarmos a auto-confiança. É isto afinal que a moda actual nos diz e quem fizer isso, independentemente, de ser gorda. magra, peituda, rasa que nem uma tábua, alta ou perna curta, de certeza que será a mulher mais bonita das redondezas e se não o sentirmos como é que os outros o saberão?


                 

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