Wednesday, November 2, 2011

INSPIRATION: THE KING GOES NAKED!




Sabem aqueles dias em que nada funciona, chove a cântaros quando temos que ir a uma reunião em nenhures, o carro asfixiou de vez face ao rio que corre no acesso ao parque de estacionamento, a internet está mais lenta que um caracol taquicardíaco, e ainda assim tem que aturar as má-criações de taxistas e dos resistentes machos indignos da latinidade que lhes deu vida e que por aí pululam nestes dias? Sabem mesmo o que isto é? Qual noite de Halloween qual quê? Agora pergunto-me se o QUE leva ^ ou não, aí o acordo ortográfico a colocar-me nas novas analfabetas… e se AÍ leva acento agudo ou passa a AI ? E NÃO, será que é o novo NAO? E a saga continua… sinto-me completamente endrominada por acordos unilaterais em que este país se tornou prolífero e nem já a língua portuguesa que era a pátria do Pessoa e o meu motivo de orgulho nacional dos poucos que ainda tenho, até a língua se tornou alvo de upgrades parvos para fazerem sentir o povo ainda mais ignorante e escrito com letra pequena. Não chegava já a dislexia dos adolescentes que comem letras e assentos como se fossem feijoada? E a diarreia de SMS’s e os inglesismos das redes? E quando o corrector do Word insiste em não reconhecer a novíssima ortografia? E volta a colocar o chapéu ^^ onde ele já não é permitido? Há dias assim… no templo da Rotina (perdão rotina!).





Tiro o chapéu, como de comer as letras mudas, ataco os assentos agudos, e tal psicopata, assassino a velha senhora D. Ortografia, torturando as Maiúsculas como se não houvesse amanhã… verão que o Verão já não será visto como Verão mas como verão mais adiante… a seguir à primavera sem letra grande é o verão onde deixamos de fato o fato a arejar. Adiante…



Tempos incertos estes em que os dias são mais pequenos que uma happy meal, a quem retiraram uma hora de sol à tarde para lhes acrescentarem uma hora de claridade à madrugada. Ficamos assim mais longe do mundo civilizado que já há muito se deixou dessas contas de deve e haver no horário solar. Ao fim e ao cabo já estamos habituados a puxar o cobertor para tapar a cabeça ficando os pés de fora ou vice-versa. Nunca ninguém disse aos economistas e especialistas na coisas financeira que por vezes sai mais barato acrescentar o cobertor do que retirar ainda mais tecido para fazer almofadas e o doente morrer de hipotermia? Pois.


Ninguém lhes explicou… o que até a minha avozinha, uma genuína analfabeta pré-acordo ortográfico, tão bem sabia: Que nem sempre no poupar está o ganho!

E o dia corre lentamente o que é uma contradição nos próprios termos porque quem corre lentamente não corre mas quanto muito marcha… e estas expressões idiotas feitas para gente que não gosta de pensar, mas, julga que é poeta ou escritor. E ao contrário do poupar, certo é que no julgar é que está o ganho, porque raramente quem julga “naõ “ é condenado, é o que se chama inamovibilidade e separação de poderes em democracia. Ou seja, quem corrompe é corrupto e nunca corruptante ou aquele que se deixa corromper, porque não se pode ser sujeito e objecto ao mesmo tempo, é claro isto. E nisto consiste a separação de poderes na nossa democracia portuguesa: Há os corruptos e os sujeitos corruptíveis de um lado, e do outro os objectos que suportam, passivamente, a corrupção e sobre os quais incide os sacrifícios da austeridade.





E eu que não sou poeta nem economista estou a ter um dia bem portugues, desses sem chapéu e letra minuscula, objecto passivo da corrupção activa, analfabeto pós-acordo, assistindo ao fato de não ter fato para festejar a privatização do natal que já foi maiusculo e de todos, e agora é vendido pelos chineses que nunca tiveram o Jesus para lhes perdoar as infrações sem letra muda. Pode ser que os chineses até ao verão inventem umas férias sinteticas 100% poliéster para colocarmos nas traseiras do nosso prédio, vendidas juntamente com um spray made in china com aroma a jasmim, à prova de mijo de cão, de cavadelas de gato e shoots da passarada.

Entretanto, faço desde já um convite à malta de Greenpeace para virem a portugal declarar em perigo e vias de extinção a lingua portuguesa, assim como, a fé dos 20% de cidadãos-objecto que vão deixar de poder consumir férias verdes e natais sem aditivos, restando-lhes os feriados e fins de semana 100% sintéticos, no  edulcorante lar, a ver reality shows na TV cheios de corantes e conservantes de estupidez.


Pois que nunca neste reino se viu, mesmo antes da democracia e mesmo quando já existia corrupcia, que em vez de o rei ir nu vai o povão sem cheta para cobrir as suas partes da vergonha, no cortejo principal da republica minuscula e sem acento grave. E gritam os nobres chulos deste país falido: "Pois se não têm pão deem-lhe bolachas e para cobrirem as vergonhas vendam os ^^ da ortografia antiga no ebay e comprem-lhe tangas", pois, tangas há muitas seus palermas!


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