Another look at Sintra:A Cultural Landscape/ UNESCO World Heritage.
Um outro olhar sobre Sintra: Paisagem Cultural/Património Mundial da UNESCO
Today,we live in a theory of representation, punctuated by a virtual reality that
filters our view by small-sized screens, and leads to a reduced and simplified
view of things through TV and computer’s landscapes.
Vivemos hoje na teoria da representação, atravessados por
uma realidade virtual que filtra o nosso olhar por ecrãs de reduzida dimensão,
e nos leva a uma perspectiva reduzida e simplificada das coisas através do
postal televisivo ou computadorizado.s.
Many of us have been in
Sintra, but who actually saw Sintra? Sintra village of delicious cakes,
enchanted palaces, Moorish castles, stately manor houses, farms and orchards
full of magic and inspiration for many poets, filmmakers, novelists, painters,
photographers ... This is the illustrated Sintra that arouses passions and
eternal love.
Muitos de nós já foi a Sintra, mas,
quantos de nós viu Sintra? Sintra vila das queijadas e dos travesseiros
deliciosos, dos palácios encantados, dos castelos de mouros, casas senhoriais
imponentes, quintas e hortos plenos de magia que inspiraram e inspiram poetas,
realizadores, romancistas, pintores, fotógrafos… Esta é a Sintra ilustrada que
desperta paixões e amores eterno.
But today I went to Sintra to see the old Village behind that one touristic and
marktable. As it is not politically correct to speak of the wrinkles of a lady,
also nobody talks about this other village. But the signs are there for all to
see, for those who want to look beyond the encyclopedic illustrations.
Mas, hoje fui a Sintra para ver a outra Sintra que existe,
mas, de que é inoportuno falar. Tal como não é politicamente correcto falar das
rugas de uma senhora, também não se fala dessa outra Vila que existe dentro daqueloutra
turística e vendável. Mas, os sinais estão lá, à vista de todos os que queiram
olhar para além das ilustrações enciclopédicas.
Se cada lugar tem cheiros, Sintra devia cheirar a musgo e húmus,
a névoa e terra molhada, ao cheiro rosáceo e penetrante da sua doçaria… mas,
hoje Sintra cheirou-me a mofo, a gato vadio, esse cheiro apodrecido de tábuas e
ferrugem que entaipam edifícios em ruínas.
Our memory is our identity… people without a Past is the same as a sad person with no memories of childhood! Now what we can see is the rudeness of a closed padlock Village, hiding behind the bone chilling trunks, the ingenuity of fallen walls by the persistent humidity of carelessness.
A nossa memória é a nossa identidade, e sem passado, somos
um povo sem infância. E que triste é uma pessoa sem memórias de infância! A
ingenuidade de paredes arcaicas destruídas pela humidade persistente do descuido,
oferecem agora a rudeza de uma Vila fechada a cadeado, escondida por detrás
dos troncos desossados pelo frio.
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